Ambulâncias do SAMU em BH estão transportando na mesma viagem até três pessoas suspeitas de infecção por coronavírus

Ambulâncias do SAMU em BH estão transportando na mesma viagem até três pessoas suspeitas de infecção por coronavírus

Conforme relatos de servidores de Belo Horizonte ao Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (SINDIBEL), a gerência do SAMU emitiu um comunicado aos trabalhadores orientando que as ambulâncias conduzam até dois pacientes suspeitos de estarem infectados por coronavírus por viagem, contrariando a orientação de entidades reguladoras da saúde que é de transportar somente um paciente por vez.

Nesta quinta-feira, 18 de junho, o Sindicato recebeu a denúncia de que a situação se agravou, com a realização de transporte de até três pacientes suspeitos por coronavírus na mesma ambulância.

Outro relato grave repassado pelos servidores ao SINDIBEL é sobre a desinfecção das ambulâncias. Até então, os veículos passavam por um processo de desinfecção realizado pela empresa responsável por administrar as ambulâncias do SAMU, que possui equipamentos condizentes para o trabalho.

Com o possível aumento das demandas de usuários pelas ambulâncias, esse serviço passou a ser realizado pela própria equipe do SAMU, que não possui os equipamentos de proteção adequados para a tarefa, colocando em risco a saúde dos trabalhadores.

Em levantamento realizado pelo SINDIBEL, 76 profissionais da saúde de Belo Horizonte apresentaram sintomas e testaram positivo para o novo coronavírus, sendo que até 12 de maio eram apenas 12 infectados. Ou seja, 64 casos ocorreram nos últimos 30 dias. Até o momento, três trabalhadores precisaram de internação hospitalar, sendo dois no CTI.

De acordo com pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA), 5% dos trabalhadores dos Centros de Saúde já tiveram contato com o vírus, mesmo alguns deles não apresentando sintomas.

O Sindicato estima que 200 profissionais possam ter tido contato com o coronavírus nos Centros de Saúde da cidade, analisando os dados da pesquisa da SMSA e levando em consideração que são cerca de 4 mil profissionais nas Equipes de Saúde da Família, Equipes de Saúde Bucal, equipes de apoio e NASF.

Situação pode ser pior do que a divulgada oficialmente

Em entrevista a uma rádio de Belo Horizonte, o secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, comunicou que “se daqui a duas, três semanas a pandemia continuar se expandindo com esse ritmo dos últimos 15 dias, inevitavelmente teremos um colapso no sistema de saúde”.

Ou seja, a avaliação do Sindicato é que todos esses indícios levam a crer que a situação da pandemia está muito mais grave do que parece.

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